Desidratação do Disco Vertebral

Desidratação do Disco Vertebral

Desidratação do disco 

 A dor na coluna, seja ela lombar, torácica ou cervical, é a queixa mais frequente dentro da ortopedia. Muitas vezes causado por desidratação do disco. É responsável por causar grande limitação funcional e dor. A avaliação completa deste problema ortopédico exige do médico, um entendimento de questões psicosociais, questões relacionadas ao humor e até depressão, dificuldades no trabalho, seja para a execução ou decorrentes dela, entre outros.  

Quando falamos de degeneração do disco, que rotineiramente vem descrito na ressonância na forma de “desidratação discal”, existe fatores genéticos que foram identificados em um específico loci genético. Essa questão genética envolve alterações no agrecano, metalloproteinase-3, colágeno e alterações no gene alfa 2 e 3, sendo também relacionada a doenças do disco vertebral.  

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Um dos grandes desafios do ortopedista é descobrir e identificar a causa da dor, principalmente descobrir se está relacionada ao disco ou não.  O disco vertebral é constituído pelo núcleo pulposo, uma estrutura de matrix organizadacom poucas células. A parte central é gelatinosa enquanto que a periferia é composta de fibras de colágeno. Essas fibras são conectadas e recobertas pelos ligamentos longitudinais anterior e posterior, além das placas terminais na parte superior e inferior.  

Ainda não compreendemos os fatores que influenciam o desgaste do disco, mas ao longo do tempo o disco perde gradualmente a quantidade de água na sua matrix gelatinosa, além de alterações na composição dos proteoglicanos, Isso acarreta uma lateração da consistência do disco que acaba ficando mais fibroso, com essa alteração a população de células dentro do disco acaba aumentando e leva a uma grande concentração de enzimas que propiciam a degeneraçãoe consequente formação de uma hérnia.  

A história natural da degeneração do disco 

O processo de degeneração do discocompreende basicamente três fases, cada uma com suas peculiaridades. A primeira etapa da degeneração se dá entre os 15 e 45 anos de idade, sendo chamada de disfunção. Nela ocorre lesões radiais e circunferenciais no disco, além de ocorrer sinovite das facetas articulares.  

Após essa fase, dá-se inínio a fase de instabilidade, que ocorre entre as faixas etárias de 35 e 70 anos de idade; suas principais características são a disfunção do disco com reabsorção progressiva, degeneração das facetas articulares com frouxidão capsular e subluxação, além de erosão. No estágio final, que ocorre após os 60 anos de idade, inicia a fase da estabilização. Nesta etapa da evolução da doença teremos um osso hipertrófico ao redor do disco e das facetas, sendo que ao longo do tempo podem anquilosar (travar a coluna). 

Em termos gerais, na grande maioria dos casos, o tratamento indicado será o conservador, ou seja, sem cirurgia. A principal forma de atuar nesse sentido é com fisioterapia. Nos casos que a cirurgia poderá ser necessária pode-se observar o caso por 6 a 12 semanas, pois uma parte considerável acaba melhorando dos sintomas.  

A história natural do disco degenerado é a recorrência dos episódios de dor lombar seguidos por um período prolongado de remissão. Devemos sempre atuar de forma preventiva para que não haja recorrência das dores, permitindo uma boa qualidade de vida ao paciente.  

O Dr. Murilo Alexandre é cirurgião ortopédico especialista em coluna.

Hérnia de Disco