A fratura subtrocantérica ocorre no fêmur proximal. Sua frequência chega a 25% das fraturas que se dão na região proximal do fêmur. Esse tipo de fratura afeta principalmente jovens e adultos, apresentando traumas de grande energia com padrões mais complexos de fraturas. Outra faixa afetada são as mulheres idosas, principalmente causando a fratura subtrocantérica relacionada ao uso de bisfosfonados.
Para compreender mais sobre a fratura subtrocantérica (cirurgia do femur)acompanhe nosso texto e entenda sobre suas características e sobre seu tratamento cirúrgico. Uma das características dessa região subtrocantérica do fêmur é que ela, com suas inserções musculares que estão sempre passíveis de sofrer muitas forças deformantes, acaba sendo um local que recebe muito estresse. Provocada pelo iliopsoas, a flexão é o tipo de deformidade mais comum, junto com abdução (que se dá no glúteo médio), e a rotação externa (que se dá pelos rotadores externos) do fragmento proximal do fêmur.
Já os adutores que ficam na parte distal do fêmur estão ligados às deformidades em varo. Um dos desafios para a consolidação das fraturas é a dificuldade advinda da vascularização precária que tem a região subtrocantérica. Isso se dá porque nela há a predominância do osso cortical. Há grandes índices de reoperação e falência da fixação das fraturas complexas que tem falha de suporte medial.
Tratamento Cirúrgico – Fratura Subtrocantérica
A fixação das fraturas pode ser difícil devido ao fato de serem relativamente pequenas em tamanho se comparadas ao fragmento proximal. A cominuição da fratura, bem como a fragilidade óssea advinda da osteoporose, também são fatores significativos que podem causar deformidade da fratura.
Esses problemas relacionados ao tamanho pequeno do fragmento proximal e a fragilidade dos ossos, podem ser contornados com opções avançadas de fixação. Placas do femoral proximal com opções de parafusos com travas podem prover uma fixação estável para as lesões. Na cirurgia do femur, alguns padrões de fraturas podem ser estabilizados com a utilização de placas com angulação de 95 graus.
As placas com angulação de 135 graus se mostram inadequadas para a estabilização de fraturas femorais subtrocantéricas, pois, elas não são desenhadas para resistir às forças que estão presentes nesses padrões de fraturas.
Os fragmentos cominutos estão frequentemente presentes nesses padrões de fraturas e podem ser consertados com parafusos interfragmentários que podem ser colocados nos corredores ósseos que ficam separados do prego ou placa.
As forças que causam as fraturas precisam ser adequadamente cuidadas, ou a cirurgia do femur pode ser realizada em uma posição que leva a redução inadequada. A posição abduzida do fragmento proximal irá causar redução inadequada se for cuidada, e o fragmento distal precisa estar alinhado com posição flexionada do fragmento proximal para evitar deformidade de flexão na fratura.
O cirurgião deve se esforçar para que a redução da fratura fique o melhor possível. Certamente a redução perfeita não é possível, nem prática quando há considerável cominuição presente, ou se as manobras de redução forem danificar a vascularização dos fragmentos.
Na cirurgia do femur, técnicas de redução indireta são preferíveis quando se está estabilizando essas lesões. O cirurgião pode utilizar a tração através da mesa de fratura ou por meio de um assistente com o paciente na mesa radiolucente. O distrator universal pode ser utilizado para aplicar as forças de redução que irão melhorar a redução da fratura, através do efeito envelope de tecidos moles. Segundo um famoso estudo realizado em 1989 por Kinast, ficou demonstrado que o uso de técnicas indiretas de redução acabam por diminuir a necessidade de enxertos ósseos.
Quando o cirurgião está tratando de uma fratura fechada que está com muita cominuição, de tal forma que existem grandes espaços vazios nos ossos, o enxerto ósseo pode ser indicado se ele puder ser feito por meio de uma técnica de cirurgia do femur que não é traumática para o suprimento vascular do fêmur proximal.