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Por que forma água no joelho?
O joelho é protegido por uma “bexiga” (cápsula articular) que recobre as estruturas responsáveis pelos movimentos desta articulação. Quando ocorre alguma inflamação, seja por artrite ou alguma pancada no joelho, ocorrerá o aumento de líquido dentro desta cavidade, a famosa “água no joelho”. Esse líquido pode ser de diferente origens, o mais comum é um líquido amarelo transparente que corresponde a transudato (líquido de inflamação); quando a água aparece por conta de uma torção ou pancada, esse líquido costuma se hemático, ou seja, cheio de sangue; e por último, poderemos ter um líquido infeccioso, constituído por pus. Nos casos hemáticos ou quando a quantidade de água no joelho for muito grande, podemos fazer uma punção para esvaziar o joelho. Entender a anatomia do joelho nos auxilia nesses conceitos.
Noção básica da cavidade articular do joelho
Dentre as articulações do corpo humano destacamos o joelho como aquela que possui maior espaço, ou seja, sua cavidade é a mais ampla, local onde se acumula a famosa “água no joelho”. O nome dado, popularmente, para o acúmulo de líquido sinovial/inflamatório na região intra-articular do joelho é a água no joelho , iremos explicar isso com mais detalhes à frente.
Região condilar
Na região condilar (dos côndilos tibiais), a cápsula articular esta presa, apenas a alguns poucos milímetros distante do limite ósseo-cartilaginoso, bem na região articular. Essa característica anatômica da relação cápsula, osso e cartilagem, também é semelhante na topografia do fêmur.
Água no Joelho, o que pode causar?
A região patelar possui características interessantes de serem estudadas, pois a cápsula articular está por baixo do ventre do tendão e da musculatura do quadríceps femoral, a bolsa sinovial supra-patelar é uma bolsa sinovial do tipo subtendídeo / subfascial, sendo que, está constantemente em contato com a cavidade articular, formando dessa maneira , na porção mais distal, o recesso suprapatelar da coxa, local que por vezes acumula líquido sinovial contribuindo para a queixa de “’agua no joelho”.
Enfoque clínico
Para dar um enfoque mais clínico ao tema, precisamos entender que a cavidade articular possui líquido sinovial, o qual possui grande viscosidade e auxilia na diminuição do atrito entre as estruturas cartilaginosas. No diagnóstico diferencial dos derrames articulares, podemos identificar o sinal típico da patela “flutuante”, pelo “sinal da tecla”, sendo nessa situação, indicativo de acúmulo de líquido articular.
Excesso de líquido
Esse excesso de líquido leva a um afastamento da patela com relação a superfície femoral, por isso quando pressionamos a patela no sentido do joelho temos a sensação de pressionar uma tecla, nessa situação podemos dizer que o paciente possui água no joelho.
Recesso suprapatelar
O recesso suprapatelar possui a capacidade de acomodar grande quantidade de líquido e, por vezes, volumes pequenos de derrame não serão notados clinicamente.
Quando ocorre uma inflamação do joelho que acarreta aumento do volume do líquido intra-articular do joelho, costumeiramente nos queixamos de acúmulo de “água no joelho”. Devido a esse motivo, e ao grande número de lesões no joelho, pretendo discorrer brevemente sobre a anatomia do joelho. Esse tema será abordada de forma completa posteriormente.
A articulação do joelho possui 3 (três) articulações separadas, sendo elas: articulação femorotibial medial e lateral (que são articulações do tipo gínglimo, essas se articulam com a tíbia sobre o platô tibial; articulação patelofemoral (nesse caso, trata-se de articulação do tipo selar).
Podemos notar 3 diferentes compartimentos do joelho: o medial, o lateral e o patelofemoral. Quando falamos da cápsula articular, região onde acumula a água no joelho, ela percorre toda a extensão articular, ou seja, seus compartimentos e articulações, estendendo-se desde a bolsa sinovial suprapatelar, ela possui também, cobertura/revestimento sinovial que cobre os principais ligamentos do joelho (cruzado anterior e o ligamento cruzado posterior), o que os torna intra-articular, no entanto são extra-sinoviais.
Em termos gerais, essa é uma articulação naturalmente instável, possui sua estrutura anatômica fornece pouca estabilidade. O joelho possui pouca estabilidade estática, sendo necessária uma compensação importante dos estabilizadores dinâmicos. O joelho possui 6 graus de movimento que são a flexão e extensão, a rotação medial e lateral, o varo e o valgo, translação anterior e posterior, e por fim, a compressão e distração.
O movimento mais importante para a nossa marcha é a flexão e extensão do joelho, sendo que são uma combinação de rolamento e deslizamento articular, que quando não estão atuando harmonicamente, podem causar um inflamação e consequente água no joelho.
