PRÓTESE NÃO CIMENTADA: VANTAGENS E DESVANTAGENS
Vantagens:
– Redução do risco de embolia pulmonar na hora da cimentação;
– Evita a síndrome da cimentação.
Desvantagens:
– Risco de “afundar” no fêmur;
– Maior possibilidade de fraturas intraoperatórias.
Os resultados positivos foram obtidos com diferentes tipos de fixação de implantes: malha, fibra metálica e microesfera, inicialmente. Depois, plasma spray e hidroxiapatita. Atualmente, misturam-se as duas últimas para gerar melhor fixação. O metal trabecular (tântalo e titânio trabecular) propicia superfícies com 80% de porosidade.
O interesse aumentou com relação às próteses de fixação proximal no consenso ortopedista por conta da prótese não cimentada do quadril de fixação causarem dor no quadril, especialmente na coxa e stress shield
Nos dias atuais, estão disponíveis novos modelos de hastes dotados de fixação total com bons resultados para superar obstáculos.
Entre as próteses femorais que constam na literatura com resultados excelentes, destaca-se o componente femoral Spotorno, com comprovação de sucesso próxima a 100% depois de 17 anos, a prótese de Zweimuller, com 98% em 17 anos e a Biconcact, com 96% em 18 anos.
FIXAÇÃO METAFISIÁRIA
Implante que surgiu para preservar o osso proximal, com apenas a retirada do osso proximal doente.
É importante salientar que a transmissão de carga nesse osso metafisário não terá a função primordial de possibilitar blindagem em stress shielding e que a identificação de boa qualidade óssea é pré-requisito fundamental.
Situações menos favoráveis para essa utilização: coxa vara acentuada, displasia, anteversão femoral acentuada e colo femoral curto.
Vale ressaltar que o template pré-operatório é necessário, evitando a colocação, pelo médico ortopedista de implante menor do que o necessário, pois, nessa ocorrência, terá como consequência tanto a migração quanto a falha da artroplastia.
Foi observado que, no desenho do implante acetabular, entre os primeiros desenhos utilizados de forma disseminada, alguns produziram resultados pífios, bem abaixo da expectativa inicial.
O que se obteve de sobrevida nas próteses acetabulares tem relação direta ao tipo de superfície utilizada.
Por exemplo, o polietileno que foi inserid0 na parte interna do metal black das próteses do tipo sem cimento teve maior desgaste, como causa debris, osteólise e, inclusive, s0ltura do implante efetuado.
Os novos desenhos e cobertura dos implantes contendo osteocondutores consagraram a utilização de componentes não cimentados, com sobrevida entre 93% e 1oo% no período de 10 anos.
É fundamental que o especialista em quadril tenha plena ciência de tudo o que esteja relacionado ao implante, para evitar intercorrências.
Por exemplo, colocar um implante menor do que o necessário acabará acarretando deslocamento. Já se for maior, terá como consequência a fratura do fêmur ou do acetábulo.
Existem no mercado uma razoável quantidade de desenhos produzidos por inúmeros fabricantes de próteses.
É importante destacar, contudo, que nem sempre será identificada uma proporcionalidade de 1:1 quando se compara a fresa com o implante.
Isso é decorrente do fato de que determinadas marcas apresentam a exigência de impacção do implante num tamanho 2mm maior do que aquele que foi obtido na realização da última fresagem.
A colocação da prótese cimentada deverá ocorrer com manto de cimento variável, preenchendo os possíveis erros de fresagem, enquanto a não cimentada é colocada de maneira justa, tendo um único número correto de implante tanto para o fêmur quanto para o acetábulo.
O plano pré-operatória indica o número e off-set, lateralização d0 fêmur) da prótese de quadril não cimentada que deverá ser utilizada., prevenindo, inclusive, uma escolha inadequada de implante, que poderá ocorrer quando o cirurgião não se dá conta do canal femoral fino e displásico, apresentando grande anteversão, fatos que justificariam uma prótese especial para displasia.
No lado femoral da prótese não cimentada de quadril existe a possibilidade da utilização de fresas com serrilhado, com a finalidade de empurrar o osso fresado para a parte interna, gerando impacto nas laterais, no lugar de apenas retirá-lo para dar espaço para a prótese.
Com relação ao acetábulo, o procedimento recomendado é obter uma fresagem com a propriedade de expor o osso esponjoso e, dessa forma, possibilitar uma boa fixação de ordem primária.
Um dado importante: quanto menor for o tamanho do implante, menor quantidade de osso será retirada no processo de fresagem.
Conclusão: certamente sobrará maior quantidade de osso para que seja efetuada uma eventual revisão numa etapa posterior.
Na incidência de não se conseguir um press fit certo, há o recurso de aparafusar o componente acetabular.
E quando for conseguido, é dispensada a colocação dos parafusos pois a sua inserção não vai melhorar a estabilidade do implante.
O medico ortopedista deverá observar a zona de segurança na hora de colocar os parafusos, de forma que entrem de forma perpendicular em relação ao furo do implante.
Dessa maneira, quando for apertado não ocorrerá deslocamento do componente que o afaste da parede medial.
Está comprovado que os pacientes portadores de artrite reumatoide apresentam, a rigor, uma qualidade óssea ruim com maior probabilidade de terem infecção pós-operatória.
Mesmo assim, o componente acetabular sem cimento tem apresentado bons resultados.