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História da Ortopedia – Ortopedista e Fraturas
Todos nós já ouvimos falar que Hippocrates foi o pai da medicina, começando sua documentação sobre doenças e sintomas que observava nos pacientes. Será que ele também pode ser considerado o pai da ortopedia? Ele era ortopedista? No período da Grécia antiga, ele já descrevia técnicas para tratar fraturas por meio de tração, além de observar que alguns pacientes evoluíam para pseudoartrose.
No período Romano, essa evolução da medicina continuou, principalmente pelo estudo da anatomia do sistema musculoesquelético e nervoso. Esse conhecimento evoluiu muito no período devido ao que era observado nas lesões (leves ou até fatais) dos gladiadores. Nessa época a cirurgia de amputação tornou-se mais precisa e, em conjunto a isso, houve a criação de Orteses primitivas.
Após o período romano, houve um redução drástica no ritmo de aprendizagem médica, pois a ascensão do cristianismo. Não havia liberdade para a realização desses estudos, o estudo anatômico em cadáveres foi totalmente proibido. A Universidade de Bologna foi a primeira a fornecer treinamento cirurgico aos estudantes ortopedista, técnicas para tratamento de fraturas foram descritas nesse período.
No Renascentismo, surgiram algumas fundações ortopédicas e aqueles estudos realizados por Hippocrates ressurgiu, sendo amplamente aprimorado. Leonardo da Vinci foi um dos maiores estudiosos de anatomia de todos os tempos.
Já em tempos mais recentes, houve a criação de instituições dedicadas exclusivamente a ortopedia. Nos anos de 1800 e seguintes, surgiram as primeiras residências de ortopedista, sequencialmente criaram, nos Estados Unidos, o New York Orthopedic Dispensary e o Hospital for Deformities and Joint Diseases.
No século 20, o salto no campo do conhecimento ortopédico foi enorme. Na minha opinião, quando o assunto é ortopedista, eu diria que o grande avanço na área se deu por conta da evolução das Artroplastias, principalmente devido aos estudos realizados por John Charnley.
No Brasil, a evolução da prática do ortopedista foi norteado principalmente pela Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia, a qual foi criada em 1935 na Santa Casa de São Paulo. A formação do médico ortopedista está baseada em 3 anos de residência, na qual ele aprende a tratar as principais lesões da ortopedia, como as fraturas, lesões musculares, lesões de tendões etc, tanto de forma não cirúrgica como de forma cirúrgica. Após esses 3 anos, o médico especialista em ossos (forma como alguns se referem ao ortopedista) pode se aprofundar em algumas das áreas de conhecimento dessa disciplina, como por exemplo se tornar especialista em joelho, especialista em ombro, especialista em cotovelo, especialista em coluna, especialista em joelho, especialista em pé, especialista em tumores ósseos, especialista em quadril. Essas super especialidades podem levar um ou dois anos para serem concluídas.
Quadril
Articulação do quadril
A articulação do quadril é responsável pela conexão entre o membro inferior e o eixo axial, ou seja, a bacia e coluna. Pontos anatômicos que são importantes para essa região: 1)Pelve: ela possui os ossos do quadril na região de confluência onde forma-se o Acetabulo, sendo o ílio, o ísquio e o pubis esses ossos, também temos o sacro e o cóccix complementando as estruturas ósseas da pelve. Todo ortopedista deve saber que com relação as articulações, teremos a sínfise púbica, as articulações sacroiliacas e a sacrococcigea. 2) fêmur: o fêmur se divide em proximal, distal e a diáfise. 3) articulação do quadril em si: essa junta é em forma de bola e soquete, na qual a cabeça do fêmur se junta com o acetábulo, nessa região temos os ligamentos transverso, iliofemoral, pubofemoral e o isquiofemoral. 3) Músculos: diversos são os músculos do quadril e eles são responsáveis pela grande estabilidade dinâmica da articulação, além promover a mobilização em diversos sentidos, dentre os músculos do quadril nos temos o glúteo máximo, glúteo médio, glúteo mínimo, tensor da fáscia lata, músculo ilíaco, psoas maior, psoas menor, obturador externo, obturador interno, gêmeo superior, gêmeo inferior, piriforme, quadrado femoral.
Onde fica o fêmur?
O fêmur é o osso mais comprido do corpo humano, fica entre a perna a pelve. Como o assunto é o quadril, não podemos deixar de falar desse osso e das estruturas que o circundam, compreendendo a região da coxa. O ortopedista recebe diariamente diversos pacientes com queixas de dores nessa região, pois é uma área muito exigida no dia a dia. A coxa é dividida em 3 compartimentos: 1) Anterior: onde temos os músculos flexores do quadril e extensores do joelho 2) Posterior: no qual temos os músculos que fazem a extensão do quadril e flexão do joelho 3) Adutor ou Medial: toda musculatura adutora do quadril.
Ortopedista Especialista em quadril
A especialidade de cirurgia de quadril está estruturada pela Sociedade Brasileira de Quadril (SBQ) a qual faz a avaliação dos serviços e hospitais que preencham os requisitos mínimos para formar médicos nessa especialidade. Após 1 ano de residência o médico tem a especialidade de quadril, porém para se tornar membro da SBQ é necessário ser aprovado para o título de especialista. Essa prova consiste em 3 etapas, sendo elas uma prova teórica, a discussão de casos clínicos por meio de avaliação oral e, por fim, uma parte pratica na qual se realiza algumas das cirurgias em modelos plásticos. Dessa forma, o ortopedista irá se tornar médico especialista em quadril.
Ombro e cotovelo
Articulação do ombro e articulação do cotovelo
A articulação do ombro é composta pelo úmero e genóide, porém essa região do ombro é muito mais complexa que isso e todo ortopedista precisa ter esse conhecimento básico. O ombro possui 4 articulações, sendo que 3 delas são verdadeiras e uma delas nós falamos que é falsa. Quando falamos em articulação falsa queremos dizer que se trata de estruturas ósseas que se movimentam entre si, porém não tem cartilagem e ligamentos que as conectam, no caso do ombro, estamos falando da articulação escapulotorácica. As juntas verdadeiras são o esternoclavicular, acromioclavicular e a glenoumeral.
Quais são os músculos que compõem a articulação do ombro?
Músculo Peitoral maior, músculo deltoide, coracobraquial, redondo maior, triceps braquial, biceps braquial, redondo menor, supraespinal, infraespinal, subescapular dentre outros.
Ortopedista Especialista em ombro e cotovelo
O médico ortopedista que é especialista em ombro e cotovelo realizou 1 ano de estudos e treinamentos na área. Após esse período ele pode procurar se associar a Sociedade Brasileira de Ombro e Cotvelo para a obtenção de título. Sua carreira se baseia no diagnóstico e tratamento de lesões do ombro como, a ruptura do tendão do supraespinal, lesões SLAP, artrose galenoumeral, dentre outras. Ele está constantemente realizando procedimentos cirúrgicos com o auxílio do artroscópio. O artroscópio é um aparelho que possibilita a visualização da articulação por meio de câmera que capta as imagens obtidas por uma cânula espelhada, isso deu a possibilidade de realizar cirurgia com pequeninos cortes.
Ortopedista e Coluna
Dores na coluna? Entenda um pouco sobre sua anatomia.
Aqui vai uma breve explicação do ortopedista sobre questões básicas de anatomia da coluna que servirão para entender as doenças. A coluna é composta por 33 vértebras, sem 12 torácicas, 5 lombares, 5 sarcrais e 4 coccígeas. Existe uma padronização/teoria que nos ajuda a compreender a mecânica, trata-se da Teoria das três colunas de Denis. Nela a coluna é dividida em 3 segmentos: 1) Anterior: Ligamento longitudinal anterior e2/3 anteriores dos corpos vertebrais e do anel fibroso; 2) Médio: ligamento longitudinal posterior e terço posterior dos corpos vertebrais e do anel fibroso;3) Posterior: pedículos dos arcos vertebrais, lâminas dos arcos vertebrais, processos espinhosos e ligamentos. A coluna possui curvaturas naturais que são a lordose cervical, cifose torácica, lordose lombar e cifose sacral.
Ortopedista Especialista em coluna
O ortopedista que decide realizar a especialização em cirurgia de coluna precisa fazer 2 anos de residência na área. Esse período de formação compreende todas as patologias que envolvem o esqueleto axial, incluindo infecções, fraturas, deformidades, e também tratamento oncológico.
Hérnia de disco
A Hérnia de disco ocorre quando o disco intervertebral ocupa espaço no canal vertebral ou no forâmen, dificultando a função do nervo. Nessa situação o ortopedista pode indicar o tratamento mais adequado. Entenda como é o disco: 1- Anel fibroso: composto por duas camadas, a primeira tem densas fibras de colágeno tipo 2- fibras mais internas e frouxas de colágeno tipo 2. As fibras são orientadas obliquamente para resistirem as cargas tensivas. A camada externa é inervada, sendo assim rupturas podem causar dor.
Lesões Cranio-cervicais
Essas lesões podem ser devastadoras ao paciente devido a proximidade com o crânio e medula no seu nível proximal. Dentre essas lesões estão a luxação occipital/cervical, a instabilidade atlantoaxial por ruptura ligamentar, espondilolistese traumática, fraturas do odontóide, etc. Todas essas doenças devem ser avaliada por um ortopedista inicialmente e, na sequencia, por um ortopedista especialista em coluna.
Fraturas Cervicais Subaxiais
Entenda os critérios que o ortopedista utiliza para a avalição desta patologia. Dividimos elas em Fratura por compressão (envolve a metade anterior do corpo vertebral) e fratura por explosão (envolve todo o corpo vertebral, com retropulsão para dentro do canal). Critérios de instabilidade de White & Panjabi: 1- >3,5 mm de translação; 2- >11 graus de angulação cifótica; 3- Teste de alongamento positivo; 4- lesão neural; 5- elementos anteriores destruídos; 6- elementos posteriores destruídos; 7- canal vertebral estreitado; 8- estreitamento do espaço dos discos intervertebrais.
Fraturas Toracolombares
Quando falamos de fratura toracolombares é preciso entender o mecanismo que envolve esse problema, e o tipo de fratura que ocorreu. A junção toracolombar é a região que costuma ser mais comumente fraturada ou lesionada. Com relação a estabilidade, o ortopedista precisa ter isso como questão chave para determinar o tipo de tratamento de dor na coluna que será implicado. As fraturas podem ser por explosão (flexão ou compressão axial). Fratura de Chance é uma fratura por flexão-distração, na qual todas as colunas falham em tensão.
Fraturas estáveis: 2 colunas; <25 graus de cifose; <50% de perda de altura; <50% de retropulsão
Fraturas instáveis: 2-3 colunas falham, de acordo com os critérios ou apresentam comprometimento neurológico.
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